sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Canoa que recebes o Tejo no teu peito
Corta-lhe a vaga em estilhaços de branca espuma
Ouve o mar nas tuas tábuas
O ranger dos teus brandais
O desenhar da tua esteira
Caça-lhe as escotas, encontra-lhe o norte
Ruma a Lisboa, faz da proa tua mira
Vê as suas casas velhas por entre teus cabos
Mostra-lhe as formas do teu corpo
Roda a saia de chita colorida
Arriba e folga o pano
Vira as costas à cidade
Mostra-lhe as tuas velas prenhas de vento
Ruma a terra, pelo canal, e na praia
Teu marinheiro entregas a um par de braços abertos

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